Ainda os fogos
Ainda sobre a questão dos meios aéreos no combate a incêndios tenho-me lembrado por estes dias da ajuda que podiam dar os nossos Hércules da força aérea com os kits MAFFS caso estes não tivessem sido desactivados.
Convém lembrar que até 1996, os Hércules operavam estes kits capazes de levar 12 mil litros de água ou calda retardante. Em 96, o governo mandou desactivar os kits, pois pelos vistos considerou que já não eram mais úteis.
É óbvio que em comparação com um avião anfíbio, o Hércules não é um avião concebido de origem para apagar fogos, mas a sua grande capacidade de carga é uma boa valia em termos de actuação e com uma boa estrutura de apoio o avião pode pousar e levantar carregado em 15 minutos.
Ora durante anos, os Hércules foram actuando em vários incêndios. Muitas vezes eram chamados quando os incêndios já tinham proporções consideráveis sendo aí difícil o avião mostrar uma grande eficiência, mas sempre foram dando uma ajuda preciosa aos bombeiros.
Mas em 1996, o governo mandou desactivar tudo. Curiosamente, em 2003, recebemos ajuda marroquina com o mesmo tipo de aparelhos e de kits.
É claro que agora já não adianta muito chorar sobre o assunto. É bom que o governo avance mesmo para a compra de aviões anfíbios e que seja formada uma esquadrilha a nível da força aérea. Acho que a força aérea devido à sua estrutura poderá dar um melhor aproveitamento a este tipo de meios durante o resto do ano. É natural que escolha seja o CL-415MP, dado que é um aparelho multifunções com outro tipo de valências além do combate a fogos.
Quanto à ideia recente do Ministro António Costa (avançada numa entrevista a uma rádio francesa) no sentido da concepção e fabricação de um avião europeu de combate a incêndios fiquei a pensar no assunto. Até que ponto é que se justifica um projecto a esse nível? É certo que no mercado não há assim tantos modelos como isso. Se formos a ver bem apenas o Bombardier CL-415 e o Beriev Be-200 contam neste caso. Se a Europa fabricasse um modelo teria em princípio mercado. Mas qualquer projecto a este nível deve primeiro obedecer a um estudo de mercado. Será que foi feito algum estudo sobre isso? Duvido muito. E tanto quanto sei nenhum outro país da UE manifestou interesse nesse sentido. Qual é então o interesse em levantar essa questão agora? Não estará o ministro António Costa a falar sozinho?
Quando à ideia de haver meios aéreos comuns no combate a incêndios tenho também grande dúvidas sobre a generosidade de tal proposta. É pouco provável que os países mediterrânicos abdiquem de ter os seus próprios meios para partilhar meios comuns. Portanto, também não percebo onde é que o ministro vai buscar estas ideias. Ou será que há aqui um sinal de que Portugal vai ficar à espera do dito projecto europeu para comprar meios próprios?
Convém lembrar que até 1996, os Hércules operavam estes kits capazes de levar 12 mil litros de água ou calda retardante. Em 96, o governo mandou desactivar os kits, pois pelos vistos considerou que já não eram mais úteis.
É óbvio que em comparação com um avião anfíbio, o Hércules não é um avião concebido de origem para apagar fogos, mas a sua grande capacidade de carga é uma boa valia em termos de actuação e com uma boa estrutura de apoio o avião pode pousar e levantar carregado em 15 minutos.
Ora durante anos, os Hércules foram actuando em vários incêndios. Muitas vezes eram chamados quando os incêndios já tinham proporções consideráveis sendo aí difícil o avião mostrar uma grande eficiência, mas sempre foram dando uma ajuda preciosa aos bombeiros.
Mas em 1996, o governo mandou desactivar tudo. Curiosamente, em 2003, recebemos ajuda marroquina com o mesmo tipo de aparelhos e de kits.
É claro que agora já não adianta muito chorar sobre o assunto. É bom que o governo avance mesmo para a compra de aviões anfíbios e que seja formada uma esquadrilha a nível da força aérea. Acho que a força aérea devido à sua estrutura poderá dar um melhor aproveitamento a este tipo de meios durante o resto do ano. É natural que escolha seja o CL-415MP, dado que é um aparelho multifunções com outro tipo de valências além do combate a fogos.
Quanto à ideia recente do Ministro António Costa (avançada numa entrevista a uma rádio francesa) no sentido da concepção e fabricação de um avião europeu de combate a incêndios fiquei a pensar no assunto. Até que ponto é que se justifica um projecto a esse nível? É certo que no mercado não há assim tantos modelos como isso. Se formos a ver bem apenas o Bombardier CL-415 e o Beriev Be-200 contam neste caso. Se a Europa fabricasse um modelo teria em princípio mercado. Mas qualquer projecto a este nível deve primeiro obedecer a um estudo de mercado. Será que foi feito algum estudo sobre isso? Duvido muito. E tanto quanto sei nenhum outro país da UE manifestou interesse nesse sentido. Qual é então o interesse em levantar essa questão agora? Não estará o ministro António Costa a falar sozinho?
Quando à ideia de haver meios aéreos comuns no combate a incêndios tenho também grande dúvidas sobre a generosidade de tal proposta. É pouco provável que os países mediterrânicos abdiquem de ter os seus próprios meios para partilhar meios comuns. Portanto, também não percebo onde é que o ministro vai buscar estas ideias. Ou será que há aqui um sinal de que Portugal vai ficar à espera do dito projecto europeu para comprar meios próprios?
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