Sem sombra de dúvida que os tempos áureos do B-52 já vão longe, mas é admirável que um bombardeiro estratégico tão antigo tenha revelado um grau de sobrevivência temporal tão elevado e que ainda hoje cruze os céus. Porque estamos a falar de um aparelho com 50 anos de vida, que num avião é uma eternidade. É claro que os B-52s de agora já não são nada do que eram em 1959, quando os primeiros foram entregues ao SAC americano. Mas é espantoso que um avião tão pesado e lento concebido para bombardeamento nuclear tenha sobrevivido a toda a guerra fria e ao que veio depois disso. Mas a imagem mais marcante que guardo deles é da “Guerra dos Onze Dias” sobre Hanói e Haifong, em que fizeram 700 incursões com um número de perdas considerável (15 B-52s abatidos). Mas conseguiram pressionar os norte-vietnamitas a negociar em Paris com Kissinger e a chegar a um acordo sobre a Guerra do Vietname. Foram voos impressionantes que chegavam a demorar 18 horas. Tudo já passou. Tudo é já memória e já ninguém se lembra dos B-52s sobre Hanói.
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