Pára-quedas
segunda-feira, outubro 31, 2005
O último número da Revista Mais Alto com um artigo muito interessante sobre a deslocação dos Sabres para a Guiné nos anos 60.
quarta-feira, outubro 26, 2005
Tornado
Em breve voltarei aqui para falar deste assunto. O tema foi desenvolvido no fórum 9 G. Mas para introdução ao tema deixo já uma referência bibliográfica. O livro de Jon Lake & Mike Crutch: "TORNADO: Multi-role Combat Aircraft" da Midland Publishing (2000).
sexta-feira, outubro 21, 2005
Rodésia
Embora seja um episódio histórico pouco divulgado, mas o uso do Cessna 337 FTB na guerra civil rodesiana foi uma das aplicações mais ofensivas que este pequeno avião teve na sua história. No entanto, nunca foi muito divulgado no Ocidente apesar da importância que o avião teve no conflito rodesiano.
A guerra rodesiana decorreu de forma mais intensa ao longo dos anos 70 contra as forças de guerrilha que visavam mudar o sistema político racial vigente na Rodésia e envolveu vários aparelhos da Força Aérea da Rodésia (RhAF), que participavam frequentemente nas operações militares contra os movimentos de guerrilha que criam derrubar o regime branco do primeiro-ministro Ian Smith.
Devidos às características do conflito, a RhAF decidiu adquiriu em 75, de forma clandestina em França (pois era alvo de boicote internacional), 18 Reims-Cessna FTB 333G, que foram levados para a Rodésia por pilotos franceses e rodesianos. Um deles pousou em Moçambique com problemas no motor, mas os outros 17 chegaram à base de Nova Sarum em Fevereiro de 76.
Os aviões foram integrados no Esquadrão 4 da RhAF e começaram por ser armados com 2 metralhadoras de 7,7 mm em cima da cabine. Além disso, foram pintados com tinta fosca e receberam blindagens térmicas nos escapes dos motores para evitar mísseis guiados por calor como SA-7 “Strella”.
Os aviões eram muito semelhantes em termos de equipamento aos Cessna O-2 da USAF, mas tinham quatro pontos de fixação sob as asas para levar diversos tipos de armamento. De início, levavam dois lança-foguetes SNEB de 37 mm, juntamente com 2 tanques de napalm de 68 l (Frantan). Também podiam levar bombas de queda livre embora com alguns limites, pois os pontos de fixação estavam projectados para aguentar cargas até 90 kg.
Os aviões eram operados por pilotos experientes e em bases aéreas avançadas, o que lhes dava um certa mobilidade e resposta rápida a solicitações de apoio aéreo. Em geral, os aviões operavam sozinhos e com um armamento básico de 2 metralhadoras e dois casulos SNEB.
No entanto, actuaram também em operações conjuntas com Alouettes III em versão helicanhão ou com aviões de ataque leve como o SIAI Marchetti SF-260, nas chamadas operações Fire-Force.
O avião funcionava também como controle aéreo avançado podendo guiar caças a jacto para ataques localizados ou também podia ser usado em missões “Telstar” de retransmissão de comunicações. O Cessna tinha capacidade de voo cego e podia actuar tanto de dia como de noite.
Os aviões actuaram sempre durante o período mais intenso da guerra civil até à formação do Zimbabwe em 79. Depois da guerra, a maioria dos pilotos deixou a RhAF e emigrou para a África Sul, Inglaterra e Estados Unidos. Quanto aos Cessna foram integrados na nova força aérea do Zimbabwe, mas a falta de técnicos especializados e de consequente manutenção levaram os aviões à inoperacionalidade.
Mas o seu uso neste conflito é surpreendente e mostrou que um pequeno avião vocacionado para operações civis podia ser adaptado para missões militares de largo espectro.
Desta forma, é possível que se a guerra colonial tivesse continuado em África, a FAP também tivesse dado um uso semelhante aos seus FTB.
A guerra rodesiana decorreu de forma mais intensa ao longo dos anos 70 contra as forças de guerrilha que visavam mudar o sistema político racial vigente na Rodésia e envolveu vários aparelhos da Força Aérea da Rodésia (RhAF), que participavam frequentemente nas operações militares contra os movimentos de guerrilha que criam derrubar o regime branco do primeiro-ministro Ian Smith.
Devidos às características do conflito, a RhAF decidiu adquiriu em 75, de forma clandestina em França (pois era alvo de boicote internacional), 18 Reims-Cessna FTB 333G, que foram levados para a Rodésia por pilotos franceses e rodesianos. Um deles pousou em Moçambique com problemas no motor, mas os outros 17 chegaram à base de Nova Sarum em Fevereiro de 76.
Os aviões foram integrados no Esquadrão 4 da RhAF e começaram por ser armados com 2 metralhadoras de 7,7 mm em cima da cabine. Além disso, foram pintados com tinta fosca e receberam blindagens térmicas nos escapes dos motores para evitar mísseis guiados por calor como SA-7 “Strella”.
Os aviões eram muito semelhantes em termos de equipamento aos Cessna O-2 da USAF, mas tinham quatro pontos de fixação sob as asas para levar diversos tipos de armamento. De início, levavam dois lança-foguetes SNEB de 37 mm, juntamente com 2 tanques de napalm de 68 l (Frantan). Também podiam levar bombas de queda livre embora com alguns limites, pois os pontos de fixação estavam projectados para aguentar cargas até 90 kg.
Os aviões eram operados por pilotos experientes e em bases aéreas avançadas, o que lhes dava um certa mobilidade e resposta rápida a solicitações de apoio aéreo. Em geral, os aviões operavam sozinhos e com um armamento básico de 2 metralhadoras e dois casulos SNEB.
No entanto, actuaram também em operações conjuntas com Alouettes III em versão helicanhão ou com aviões de ataque leve como o SIAI Marchetti SF-260, nas chamadas operações Fire-Force.
O avião funcionava também como controle aéreo avançado podendo guiar caças a jacto para ataques localizados ou também podia ser usado em missões “Telstar” de retransmissão de comunicações. O Cessna tinha capacidade de voo cego e podia actuar tanto de dia como de noite.
Os aviões actuaram sempre durante o período mais intenso da guerra civil até à formação do Zimbabwe em 79. Depois da guerra, a maioria dos pilotos deixou a RhAF e emigrou para a África Sul, Inglaterra e Estados Unidos. Quanto aos Cessna foram integrados na nova força aérea do Zimbabwe, mas a falta de técnicos especializados e de consequente manutenção levaram os aviões à inoperacionalidade.
Mas o seu uso neste conflito é surpreendente e mostrou que um pequeno avião vocacionado para operações civis podia ser adaptado para missões militares de largo espectro.
Desta forma, é possível que se a guerra colonial tivesse continuado em África, a FAP também tivesse dado um uso semelhante aos seus FTB.
Poeira do tempo II
Este é outro livro que já não se encontra. Foi também traduzido em tempos pela Nova Cultural. Na versão inglesa ainda se encontra nas livrarias de livros raros. Mas é um bom livro sobre o Tornado. Datado é óbvio, mas, mesmo assim, um bom clássico.
Poeira do tempo
Fazia parte de uma colecção de guias de armas de guerra. Era sobre helicópteros militares. Não era grande coisa, mas já não há disto hoje. Cada livro era um pequeno guia resumido. Para a época era uma novidade em português. Foram publicados mais de 60 (62 creio eu). Devo ter uns 50, mas pouco valem hoje em dia a não ser como peça histórica.
WZ-10
O WZ-10 encontra-se em desenvolvimento na China. É semelhante ao Rooivalk sul-africano e pode ser um bom helicóptero de ataque para o exército chinês que actuamente não tem nenhum.
segunda-feira, outubro 17, 2005
Raptor
Teve direito a menção nos noticiários da RTP há poucos dias. Facto raro nos tempos que correm. A notícia pode ser vista aqui. No fundo, trata-se da entrada em serviço do Raptor em Langley, Virgínia, sede do quartel-general do Comando Aerotáctico da força aérea americana. Foi aqui há 30 anos que um outro caça também entrou em serviço pela primeira vez. O Eagle chegou a Langley em Janeiro de 76 e tornou-se então o caça da USAF. Hoje, 30 anos depois, tem finalmente um substituto. Mas é espantoso que um avião como o Eagle tenha durado tanto tempo e que ainda hoje esteja em vias de ser vendido a Singapura. Por isso, são tempos históricos os que vivemos. Como há 30 anos quando o forte e feroz Eagle chegou a Langley. Será que o Raptor também vai durar 30 anos? E quem o vai o substituir em 2035?