quarta-feira, junho 22, 2005

Mirage 5

A primeira vez que vi um numa foto fiquei espantado com a carga de armas. Era um Mirage 5 da Força Aérea Francesa em exposição. Nunca mais vi essa foto, mas a verdade é que enganava um pouco. O Mirage 5 pode ter sido um sucesso de vendas pela sua simplicidade e pelo seu preço. Não por ser um grande avião de ataque.

A primeira série do Mirage 5 baseava-se no Mirage IIIE, mas com fuselagem mais longa e trem de pouso modificado. Os aviónicos dentro do aparelho estavam dispostos de forma diferente e vários dos presentes no Mirage IIIE (TACAN, Doppler e Cyrano II) tinham sido suprimidos dando origem a mais um tanque de combustível. O avião tinha também mais um par de pontos fixos nas asas, o que aumentava o nº de pontos fixos para 7, embora a carga de armas fosse a mesma do Mirage III. Portanto, era um avião optimizado para operações de ataque embora também tivesse alguma capacidade ar-ar, mas muito limitada.

A ideia por trás deste modelo era vender uma versão simplificada do Mirage III por um preço competitivo e que tivesse uma manutenção simplificada.

Podia levar no nariz como opção um radar telemétrico EMD Aida (daí o perfil afiado do nariz), mas muitos tinham o nariz sólido sem nenhum radar. Depois desta primeira série que teve bastante sucesso, foram produzidos outras versões equipadas com radar.

Uma delas foi o Mirage 5E equipado com um radar Cyrano II e Doppler. Este modelo teve várias subvariantes fornecidas ao Egipto e à Líbia. O Egipto recebeu o 5DSE e o 5SSE e a Líbia 5DE.

O Egipto recebeu também o Mirage 5E2 em 1983/84 equipado com um moderno sistema de navegação/ataque baseado no Alpha Jet MS2. Tinham vários aviónicos entre os quais um radar de exploração.

Ainda nas variantes de 2ª série dos Mirages 5 de salientar as versões fornecidas ao Paquistão: o 5PA2 equipados com o Cyrano IV e o 5PA3 equipados com radar Agave para operações antinavio com Exocet.

Os últimos Mirages desta gama e os mais avançados foram os Mirage 50 fornecidos ao Chile com radar Cyrano IV e o motor Atar 9K-50. Mais tarde no final dos anos 90, a Venezuela também elevou ao padrão 50, os seus Mirage 5, que foram equipados com o Cyrano IVM e sonda de reabastecimento em voo.

Em suma, 530 aparelhos foram construídos até 1985, nas mais variadas versões. E é espantoso que um avião tão simples tenha tido tanto sucesso de vendas.