Memória do tempo
Para muitos, com eu, foi o começo. Foi aqui que começamos a perceber alguma coisa do assunto. Foi aqui que a aviação militar ganhou para nós clareza. A colecção chamava-se Aviões de Guerra e tinha sido lançada no Brasil pela Nova Cultural em meados de 1986. Uns meses depois chegou a Portugal. Eram 120 fascículos. Em cada fascículo tinha um dos aviões de combate mais importantes do mundo com desenhos grandes e detalhados nas páginas centrais. Depois trazia ainda texto, emblemas de esquadrões, números de série, tabelas de desempenho, diagramas de reconhecimento, vistas em corte e desenhos das cabines. Cada fascículo era uma descoberta. Com zonas de guerra, técnicas de combate aéreo e perfis operacionais. O autor era o Bill Gunston.
Na mesma altura começaram também a surgir no mercado uns guias mais pequenos sobre armas no geral. Estes pequenos guias não tinham tanto para dar como a colecção de cima, mas eram mais diversificados nos temas. Foram publicados mais de 60.
Na mesma altura começaram também a surgir no mercado uns guias mais pequenos sobre armas no geral. Estes pequenos guias não tinham tanto para dar como a colecção de cima, mas eram mais diversificados nos temas. Foram publicados mais de 60.
Já passaram 20 anos, mas ainda me lembro como se fosse hoje. Dos primeiros fascículos. Do Harrier, do Tornado, do F-15. De toda essa miscelânea de aparelhos. Dos desenhos em raios-X, dos diagramas de capacidade de armamento. Aprendi muito, gastei também muito dinheiro, mas fiquei igual. De nada me valeu o investimento, a não ser pelo gosto de saber.
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