O adeus ao Canberra PR.9
É um velho veterano do céu. Na Força Aérea Britânica (RAF) está em serviço há 55 anos, mas este Verão vai fazer o seu último voo. Não me lembro de um avião que tenha durado tanto tempo. Começou como um bombardeiro a jacto em 1951 e graças à sua versatilidade, manejo fácil e manutenção simples interessou logo vários compradores. Os norte-americanos compraram vários para substituir os seus A-26. Outros países espalhados por vários continentes fizeram o mesmo. Como bombardeiro actuou em várias guerras. Podia levar bombas convencionais ou mesmo mísseis AS.30 ou ainda um conjunto de 4 canhões de 20 mm. Ainda hoje existem Canberras nessa função em alguns locais do mundo.
Mas foi como avião de reconhecimento que atingiu o seu auge na RAF. O PR.Mk 9 é um Canberra mais elegante optimizado para operações a grande altitude e cheio de equipamento fotográfico. No nariz do avião vai o navegador que opera o equipamento de reconhecimento. É um avião estranho, mas capaz de reconhecimento diurno e nocturno. Mas o segredo da longevidade foi a sua capacidade ao longo do tempo de adaptar-se a um grande número de funções. Por isso, ainda voa. Mas tudo nele lembra passado. A cabine cheia de instrumentos negros sobre um fundo negro. Os comandos a fazer lembrar os anos 40. O desenho estranho de um avião que já não é deste tempo.
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